sexta-feira, 25 de maio de 2012

QUANDO ESCREVO É ASSIM...


Desejo de criança
O menino que brinca na calçada
com bola-de-gude.
O menino que brinca na calçada,
que roda o pião.
Tem um desejo bem no fundo do teu coração:
Quer estar com mamãe e papai,
em brincadeiras sem graça.
Rolar na grama
Fazer cócegas na sola dos pés
Puxar pelas pernas e dar um abraço
Fazer cafuné
O menino que fica a espreita
pra receber um carinho,
um sorriso de boas vindas,
ao regressar da escola,
quer somente a certeza do bem querer
para querer mais ainda VIVER.  
Nana Barcelos - 28/03/2006

Imagem
Sua performance ora aparece e ora se desfaz. Como nuvem – você mesmo diz – "passageira".
As chuvas só acontecem
com o encontro das nuvens.
Eu sou terra!
Cheiro a mato e tenho o sabor das frutas colhidas no quintal.
Preciso de chuva
para prosseguir o ritual da vida.
É com o vento que me regozijo,
pois ele me traz as gotas (pequenas migalhas)
do enlace de outras nuvens;
num bailado doce e suave,
que acaricia minha face e me faz seguir.                        
                            Nana Barcelos – janeiro /2003



Purificação
 Sou um ET !?
Porque gosto da sinceridade, transparência. 
Saia de perto de mim enquanto há tempo 
                     para não se contagiar!
Ser assim, às vezes traz sofrimento, mas me refresca como as águas cristalinas das cascatas; deixa-me leve como uma pluma, brilhante como o sol. Me mantém viva.
Deixar de ser assim, VERDADEIRA, é como caminhar sem rumo e desfalecer antes do por do Sol.                  Nana Barcelos – dezembro/2004


quarta-feira, 4 de abril de 2012

QUE CAMINHOS ANDEI

Saí de Santanésia em 1991 para Mendes, onde residi durante seis anos. Lá, conheci "Preguinho" um violonista que me ouviu cantando quando voltávamos do ensaio da Escola de Samba da Mangueira, e me convidou para uma parceria em ambiente de música ao vivo. Foi bom para que eu desenvolvesse meu talento e rendia uns trocados para a renda familiar. Depois conheci o Sr. Walter Barbosa que tocava violão e teclado, particularmente preferia que ficasse no violão. Com eles cantei nos hotéis fazendas da região: Cascatinha, Boa Esperança, Caluje...
O Sr. Walter levou-me para um ensaio com o Grupo "Samba e C&A" dirigido por Josemar, também nascido em Santanésia. Com este grupo tive oportunidade de me apresentar no Barra Tênis Clube, Royal Esporte Clube, Itapoã, em Barra do Piraí. O grupo tinha uma agenda bem fluente; que favorecia bastante a minha renda.
Quando o grupo se desfez eu convidei alguns integrantes e criamos o Arte & Manha ficando assim - Ernesto nos teclados, Preguinho no violão, Pelé na bateria e Júnior no contrabaixo (ex integrante do grupo "Os Pereirinhas"). Fizemos vários shows em Mendes, e bailes nos clubes da Região. O grupo foi desfeito por inexperiência nas relações comerciais.
Decidi então voltar ao trabalho de vocalista, sempre acompanhada por um violonista. Quando vim para Volta Redonda conheci José Expedito (Dito Silva) que se encarregava de negociar os shows.Através dele conheci Manuel do Carmo, um cabloco de Parintins que me convidou para participar de um CD com músicas temáticas à situação da Floresta Amazônica intitulado "Floresta Nua", seria integrante dos Panavoeiros da Mata Virgem.Isso se tivesse ido para Manaus no ano de 1999, iria romper o milênio em outras terras brasileiras.

Mas resolvi ficar e aceitar a proposta de Will Ferrah para reintegrar a "Banda Wave" um trabalho com muita bossa nova e buscando realçar nas vozes um estilo que já não se via mais. E fizemos a reestreia em Paraty na Pousada do Ouro no show da passagem do milênio. A coisa pegou... várias apresentações no Casarão em Volta Redonda, Penedo e em restaurantes em Paraty como Margarida Café e Café Paraty.
Meu repertório estava restrito a bossa nova e fui buscando mostrar ao dirigente do grupo que poderíamos levar outros estilos da Música Popular Brasileira.Então me desliguei do grupo e iniciei um trabalho com Auryston Franco nos teclados, depois Dom Robim (Simonal)no contrabaixo, que foi baixistas e seguidor de Tim Maia, e Gilson Panda na bateria, surgindo o "Grupo Pé no Chão", ideia de Dom Robim. E voltei a Paraty onde fiz apresentações no Margarida Café, Brik a Brak, Karuna Luna por aproximadamente três anos.

Nessa época conheci Luiz Guimarães que de vez em quando organizava um almoço para poder tocar sua viola ou violão e eu cantava algumas músicas de Clara Nunes. Ele reparou na semelhança da voz em algumas canções, e animou-me a fazer uma performance da cantora em meus shows. Só que fui mais ousada. Com os artigos que consegui com meu sobrinho Marlos, que na época trabalhava no jornal "O Globo", idealizei o Projeto "O Canto da Guerreira" - tributo a Clara Nunes. Para escrever o roteiro tive ajuda de Flávio Tollomeli e sugestões do repertório de Ângela, sua esposa. Ficou espetacular, pois foram citações da própria homenageada e muito samba, os que marcaram a carreira de Clara. Fizemos um total de oito apresentações.
Na foto começando pela esquerda - Marco Aurélio (cavaquinho), Luiz de Miranda (sete cordas), Edson Pessoa (pandeiro), Gilson Panda (marcação) e Tilili (bongo, repique e tamborim) apresentação em 2003 no Sesc-Barra Mansa.

Marco Aurélio apresentou-me um violonista que tornou-se além de bom parceiro na música um grande amigo - Juliano Miguel. Fomos a atração do Almoço Especial de Domingo no Sider Shopping de Volta Redonda por mais de 8 anos...