domingo, 20 de novembro de 2011

DE ONDE EU VIM


Nasci em Santanésia, distrito de Piraí aos 24 de novembro de 1950, numa sexta feira de Lua Minguante. Deve ser por isso que tenho boas vibrações nessa fase lunar. É um brilho diferente, com um esplendor direcionado as cores cintilantes da flora. Como as luzes de um palco que faz brilhar a alma do artista em sua apresentação.
Sou a nona gestação de mãe e pai de 10 filhos, e a sexta mulher de toda a prole. Ela Maria Alves Ribeiro ele Renato Barcelos. Ambos de descendência portuguesaIlha da Madeira e Ilha Terceira.
Maria – meiga e paciente, de fala suave e olhar acolhedor, sempre muito alegre e com muita disposição para os afazeres do lar, sua melhor prenda era na culinária.
Renatode temperamento austero na educação dos filhos, talentoso no que se referia aos cálculos da construção de alvenaria, poderia ter se formado em arquitetura.
Ambos firmaram em casamento como primeiro namoro. Durando por 56 anos de união até o falecimento de Maria.
Cresci em liberdade – como numa ilha deserta. Corria pelas ruas de terra no bairro em que nasci. Brincava com meninos e meninas. Soltava pipa e a vera com bola de gude. Fazia jogos de botão derretendo pedaços de plástico nas forminhas que vinham nas latas de leite em pó.
Na época das chuvas brincava de represar as nascentes que surgiam nos barrancos. E fazia bonecos e outros objetos de barro.
Subia em árvores despertando o cuidado de meu pai, que cortou a ameixeira por minha causa.
Aos 8 anos confeccionava casinhas de papel (como em planta baixa), nela tinha as divisões dos cômodos com os móveis e os personagens da família. As amigas também eram agraciadas por estas confecções.
Meu pai fez um balanço no quintal para que pudéssemos nos divertir, e eu ia balançando e cantando as canções que ouvia no rádio. Quando fui para escola, aos 7 anos, a Prof.ª Eliete observou em mim o talento pela música, e levou-me para cantar na Rádio Difusora de Barra do Piraí. Na igreja cantava nas coroações de Nossa Senhora. Depois me juntei ao coral dos jovens e adultos, aos 14 anos, da Igreja Santa Terezinha em Santanésia dirigido por Ivan Gomes de Oliveira.
Criava meus modelitos, e minha irmã Maria das Dóris confeccionava sob a minha vista. Quando não Dona Chica a costureira da casa e do bairro.
Quando trabalhei na Fábrica de Papel Pirahy, alguns destes modelitos foram editados na revista da empresa – Participando.
Fui presenteada com filhos maravilhosos – Cláudia, Bruno e Caroline. Deles vieram Ana Beatriz, Pedro Henrique e Yasmin. 
De Ana Beatriz veio Lavínia a bisneta "Branca de Neve".
  

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